Namoro sem idade

Com as mudanças físicas, hormonais e mentais decorrentes do avanço da idade, o ser humano quanto mais velho, mais privado fica de ter uma vida ativa. A agilidade diminui, os interesses mudam e o dia a dia se torna mais pacato. Isso segundo o senso comum que a sociedade atribui quando se envelhece. Porém, com o aumento gradativo da expectativa de vida, que chegou a 73,5 anos segundo a última pesquisa do IBGE, a terceira idade, atualmente, se mantêm mais ativa que muitos jovens. Práticas esportivas, como a caminhada, academia e até o sexo fazem parte do cotidiano de homens e mulheres com mais de 60 anos, que representam 7,4% da população brasileira, de acordo com o censo.

Embora ainda seja um tabu, a sexualidade na terceira idade não é não pode ser um tema esquecido. O namoro entre casais que já ultrapassaram a meia idade é mais comum do que se pensa. “Inclusive, a incidência de casos do vírus HIV entre os idosos teve um aumento considerável e alarmante”, diz o terapeuta sexual, educador sexual e psicólogo clínico Luiz Roberto Xavier. Ele ainda salienta que um erro muito comum ao cuidar da saúde do idoso é justamente não perguntar sobre a vida sexual. Segundo o terapeuta, o tema deve ser levado em consideração, afinal “sexo faz bem para a saúde”, complementa Xavier.

“O namoro entre os idosos ainda é um tabu muito grande no Brasil. Até mesmo trocas de carícias, beijos ou qualquer demonstração de afeto, gera certo desconforto entre os mais novos muitas vezes. Por isso é necessário trabalhar a mente dos jovens. O preconceito por parte da sociedade, em especial dos próprios filhos, é que bloqueiam a relação entre os idosos”, completa o terapeuta.

Reportagem: Camila Piacentin

Fotos: Market-In